• Posted by Eliene on 05/06/2024 at 16:45

    Israel testemunha que Javé é Deus que se relaciona, um Deus, portanto relacional; por outro lado, sua incomensurabilidade (infinitude, transcendente) torna necessária algum nível de mediação para que haja contato possível com os humanos. Ao mesmo tempo que nos transcende, quer relacionar-se. Faça um breve comentário a respeito desta questão.

    Alejandro replied 7 months, 1 week ago 9 Members · 8 Replies
  • 8 Replies
  • Gustavo leonan

    Member
    07/06/2024 at 13:59

    “O painel da criação de Michelangelo na Capela Sistina oferece um comentário um tanto iluminador sobre essa problemática. No painel, Deus parece ter gerado as primeiras criaturas humanas na criação. Em seu momento inicial de existência como criaturas de Deus, o primeiro humano é justaposto a Deus. Tanto Deus como o homem têm suas mãos e braços estendidos em direção ao outro. Percebe-se que é apropriado que o Criador e a criatura estejam conectados. Os dedos deles se aproximam…mas não se tocam. Nesse momento sem toque, Michelângelo articulou a estranha diversidade do Deus Criador, com o qual a criatura não tem contato direto.

    Em Israel, contudo, de modo diferente da Capela Sistina, há contato! Embora sua incomensurabilidade pareça exigir que não haja e, afastando-se dela (kenosis) visando contato, Javé age em mutualidade; mas esse é um contato que não compromete sua incomensurabilidade soberana… Israel ousa em insistir no relacionamento com Javé.” (Brueggmann, p. 737)

    Israel testemunha que Javé é Deus que se relaciona, um Deus, portanto relacional; por outro lado, sua incomensurabilidade (infinitude, transcendente) torna necessária algum nível de mediação para que haja contato possível com os humanos. Ao mesmo tempo que nos transcende, quer relacionar-se. Faça um breve comentário a respeito desta questão.

    Javé diferentemente da proposta exposta na Capela Sistina, é um Deus intimamente relacional. Seus esvaziamento “knosis” conseguindo alcançar seu povo e tocar o temporal com sua eternidade, fazendo com que Israel finita experimente da misericordiosa vontade do divino infinito de se relacionar com a humanidade. Através de teofanias públicas, mas também ocorrendo esses encontros de maneira pessoal, o sagrado penetra o ambiente profano sem corromper com seus atributos divinais. A complexidade encontrada na possibilidade desse relacionamento sem comprometer a incomensurabilidade divina, é como dito em aula, uma complexidade para o humano, tornando o relacionamento instável devido ao caráter de Javé. O relacionamento com Javé apesar de Javé já praticar a knosis, posteriormente foi em vários momentos um relacionamento mediado.

  • Marcos Roberto

    Member
    08/06/2024 at 17:23

    Sim. O Deus de Israel é um Deus relacional, apesar de ser um relacionamento instável e desestabilizador devido ao caráter de Javé, sua grandeza e fidelidade. Ele por amor, tem prazer em ser um Deus relacional.

    É relacional com Israel, com as pessoas humanas , com as nações e por fim, com toda a criação.

    Em princípio, foi uma relação de forma mediada. Vemos Javé se manifestando por meio de teofanias. E no decorrer dessa relação de paixão e liberdade, Javé vai além dos encontros públicos e trata diretamente a pessoas. Abraão, Moisés, Elias, profetas foram mediadores desta forma mediada de Javé falar com Israel.

  • Daniel

    Member
    09/06/2024 at 15:04

    Na Capela Sistina, não há contato, apenas uma aproximação, mas essa não é a realidade de Israel. A relação entre Deus e os humanos é caracterizada pela tensão entre Sua transcendência e imanência. Enquanto Deus é incomensurável e transcendente, Ele também busca ativamente um relacionamento com a humanidade. Essa dualidade requer alguma forma de mediação para facilitar o contato, ao longo da história de Israel há sempre um intermediador, seja patriarca (Abraão, Moisés…), sacerdotes ou profetas. Há uma certa frequêcia da manifestação do sagrado, mais ainda, Deus se coloca, por livre decisão, em relacionamento com Israel.

  • luiz

    Member
    09/06/2024 at 15:17

    o povo de Israel é testemunha relacional de javé para as outras nações, na bíblia temos relatos de que Deus teve mediadores para se relacionar com Deus, pois sem essa mediação o povo temeria a Deus, temos outros relatos na bíblia de relacionamento imediados os quais são manifestações de Deus conhecidas como teofania, onde Deus se move sem mediação.

  • Samuel

    Member
    09/06/2024 at 17:58

    Israel testemunha que Javé é Deus que se relaciona, um Deus, portanto relacional; por outro lado, sua incomensurabilidade (infinitude, transcendente) torna necessária algum nível de mediação para que haja contato possível com os humanos. Ao mesmo tempo que nos transcende, quer relacionar-se. Faça um breve comentário a respeito desta questão:

    No Antigo Testamento, Deus é descrito como um ser profundamente relacional, que interage com sua criação. O SENHOR escolhe Abraão e faz um pacto com ele, prometendo bênçãos para ele e seus descendentes. Esse relacionamento de aliança se estende a todo o povo de Israel, onde Javé se revela como um Deus que escuta, responde, guia e se preocupa com o bem-estar do seu povo.

    Entretanto, ao mesmo tempo que Deus está interessado em interagir com a humanidade, o SENHOR também é apresentado como um Deus infinitamente grande e além da compreensão humana. A transcendência divina é enfatizada em diversas passagens bíblicas, vetero e neotestamentárias. Essa incomensurabilidade sugere que Deus está além do alcance da experiência humana direta e imediata.

    A necessidade de mediação surge dessa tensão entre a proximidade relacional de Deus e sua imensurável transcendência. Na tradição judaica, essa mediação ocorre de várias formas. Moisés é um grande exemplo de mediador entre Deus e o povo de Israel. Ele sobe ao Monte Sinai para receber a lei e serve como um intermediário que traz as palavras de Deus ao povo. Os profetas, por sua vez, são outros exemplos de mediadores, falando em nome de Deus ao povo e interpretando sua vontade.

    Portanto, a fé bíblica abraça esse paradoxo: Deus é ao mesmo tempo íntimo e inefável, pessoal e imensurável. A mediação é a chave que permite aos humanos acessarem e relacionarem-se com um Deus que, por um lado, está além de toda compreensão, mas, por outro, deseja profundamente estar em relacionamento com sua criação.

  • Domingos Savio

    Member
    09/06/2024 at 22:32

    “O painel da criação de Michelangelo na Capela Sistina oferece um comentário um tanto iluminador sobre essa problemática. No painel, Deus parece ter gerado as primeiras criaturas humanas na criação. Em seu momento inicial de existência como criaturas de Deus, o primeiro humano é justaposto a Deus. Tanto Deus como o homem têm suas mãos e braços estendidos em direção ao outro. Percebe-se que é apropriado que o Criador e a criatura estejam conectados. Os dedos deles se aproximam…mas não se tocam. Nesse momento sem toque, Michelângelo articulou a estranha diversidade do Deus Criador, com o qual a criatura não tem contato direto.

    Em Israel, contudo, de modo diferente da Capela Sistina, há contato! Embora sua incomensurabilidade pareça exigir que não haja e, afastando-se dela (kenosis) visando contato, Javé age em mutualidade; mas esse é um contato que não compromete sua incomensurabilidade soberana… Israel ousa em insistir no relacionamento com Javé.” (Brueggmann, p. 737)

    Israel testemunha que Javé é Deus que se relaciona, um Deus, portanto relacional; por outro lado, sua incomensurabilidade (infinitude, transcendente) torna necessária algum nível de mediação para que haja contato possível com os humanos. Ao mesmo tempo que nos transcende, quer relacionar-se. Faça um breve comentário a respeito desta questão.

    O que vemos na bíblia é Javé desde o início da criação tendo relacionamento com a sua criação. Dessa forma, entendemos que Deus é relacional. Percebemos isso na própria criação, quando Javé diz que não é bom que o homem viva sozinho, dai vemos a preocupação com o relacionamento.

    Javé no Jardim do Éden conversava com Adam todos os dias, Javé é relacional. No painel da criação de Michelangelo na Capela Sistina, não dar a verdadeira relação entre o homem e Javé, mas traz a ideia que o homem não pode tocar em Javé, isso pode se dar pela ideia de um Deus transcendente ,que o homem não pode tocar. Entretanto , o que observamos nas Sagradas Escrituras é Javé buscando está próximo a sua criação. Desde a queda do homem no Jardim do Éden ,Javé quer essa aproximação com a sua criação. Javé chama Abrão para um missão de criar uma nação Santa para ele. Israel é o filho de Javé, o relacionamento de Javé com Israel é um relacionamento de Pai com filho.

  • Josué

    Member
    09/06/2024 at 23:42

    Conforme observamos nas aulas, temos visto que Javé se relaciona com Israel, com a humanidade, com as nações e com a criação, de acordo com os testemunhos de Israel. Mas Deus é soberano, infinito e incessantemente fiel. O homem não pode alcançá-lo, mas Deus se relaciona com ele assim mesmo, por sua soberania e fidelidade. Deus é transcendente, mas ele se esvazia para relacionar-se com toda a criação, sem comprometer a sua soberania.

    Ao ouvir isso, facilmente vem à nossa mente os
    textos do Antigo Testamento que como vimos, são testemunhos de Israel a
    respeito de Deus. E esses testemunhos nos dão a visão magnífica de Deus se
    comunicando com os homens, como o momento em que Ele de sua imensa e indizível
    glória e santidade se dirige a Abrão, um homem idoso, sem possibilidade de descendência
    natural, vivendo em meio idólatra e sem conhecimento de Deus, finito, falível e
    perecível; nessa realidade humana, Javé surge, se comunica e a transforma. Ele faz através de sua mediações, como Moisés, os profetas, os sacrifícios, a Lei. Esses meios procuram conciliar a infinitude de Deus com a limitação humana.

    • This reply was modified 7 months, 1 week ago by  Josué.
  • Alejandro

    Alejandro

    Administrator
    10/06/2024 at 00:27

    A questão do relacionamento de Javé com os humanos revela um paradoxo interessante por um lado, Javé é incomensurável e transcendente, ou seja, ele é infinito e está além da nossa compreensão completa por outro lado, Javé deseja se relacionar conosco, demonstrando um aspecto profundamente pessoal e relacional para superar essa distância entre o divino e o humano, é necessário algum tipo de mediação na tradição judaico-cristã, essa mediação ocorre de várias formas: Deus se comunica através de pessoas escolhidas, os profetas, e pelas Escrituras, transmitindo suas palavras e ensinamentos práticas religiosas como orações, sacrifícios no contexto do Antigo Testamento e, no cristianismo, os sacramentos, facilitam esse contato no cristianismo, Jesus é a mediação máxima entre Deus e a humanidade, sendo o Deus encarnado que viveu entre nós o Espírito Santo é outra forma de mediação, sendo Deus presente no cotidiano dos filhos, guiando e consolando esses meios permitem que o transcendente se torne acessível, possibilitando uma relação mais próxima e significativa entre Deus e as pessoas.

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