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1 – O caminho seguido por Brueggemann, ao escrever a sua Teologia do Antigo Testamento (BRUEGGEMANN, 2014, p. 175-179), propõe que a Teologia do AT deve estar fundamentada no testemunho que o antigo Israel dá a respeito de Deus e do seu agir na vida da comunidade israelita. Leia o texto indicado e comente a respeito do testemunho como modo válido do conhecimento de Deus, de acordo com a perspectiva do autor.
Walter Brueggemann propõe, em seu texto, uma abordagem inovadora ao ancorar a teologia no testemunho do antigo Israel sobre Deus e sua interação com a comunidade. Ele destaca que o testemunho não é apenas uma narrativa histórica, mas uma forma de conhecimento de Deus que é experiencial e narrativa, emergindo da vivência do povo com Deus ao longo da história. Ele enfatiza que o testemunho é comunitário, moldando a identidade e o compromisso do povo com Deus, e é transformador, inspirando a vida da comunidade no presente e desafiando-a à justiça social e à transformação. Ao privilegiar o testemunho como base da teologia do AT, Brueggemann desafia abordagens tradicionais, valorizando a experiência coletiva do povo com Deus e reconhecendo a importância da narrativa, da comunidade e da transformação na construção do conhecimento teológico.
2 – O testemunho que Israel dá a respeito do Deus Criador é comunicado por meio de sentenças verbais. Essa ênfase nas sentenças indica que o interesse característico de Israel é a ação de Deus – a ação concreta e específica de Deus – e não seu caráter, natureza, ser ou atributos, exceto quando se evidenciam em ações concretas. Dentre os verbos mais importantes, citamos aqui o verbo bara’ (criar), asah (fazer) e yatsar (formar ou modelar). De acordo com o texto de Brueggemann ((BRUEGGEMANN, 2014, p. 213-299) a respeito do testemunho a respeito do Deus criador, comente a respeito da primazia do verbo bara’ sobre os demais verbos.
No texto, a centralidade do verbo bara’ na teologia do Antigo Testamento revela aspectos fundamentais da compreensão israelita sobre o Deus criador. Bara’ é exclusivo para descrever a ação criativa divina, enfatizando a unicidade e soberania de Deus, sua capacidade de criar ex nihilo e sua liberdade transcendente. Esse verbo destaca a novidade e originalidade da criação, bem como seu propósito e design inteligente. A distinção entre bara’ e outros verbos, como asah e yatsar, ressalta a diferença entre a criação divina e as atividades humanas, contribuindo para uma compreensão mais profunda da teologia israelita e da relação entre Deus e o mundo.