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O exercício do ministério pastoral é um grande privilégio, mas também uma enorme responsabilidade, não devendo, portanto, ser realizado por qualquer pessoa, pois, se trata de um chamado, uma vocação dada por Deus somente, com o propósito de servir, cuidar, conduzir, ensinar o rebanho do supremo Pastor, que é o próprio Deus, para a edificação dos salvos e pregação da Palavra. Assim, se exige dele uma postura de humildade e de moralidade diante da igreja, que comprova em sua observação que esse homem foi separado por Deus para essa tarefa, que ele vem expressando ter recebido de Deus, além de um necessário comportamento irrepreensível diante da família, da igreja e das pessoas em geral.
Não é uma tarefa fácil. Antes é sacrificial e espinhosa, ainda mais no tempo atual onde o pastor precisa enfrentar pressões de todos os lados, e permanecer fiel ao seu chamamento, com todo cuidado de deixar a si mesmo ser conduzido por Deus e não pela força do que outras pessoas pensam ou desejam, não se deixando esquecer que ele próprio, todos os dias, também precisa da graça salvadora e transformadora de Deus. Nesse sentido lembro aqui, o que analisa Paul Tripp, ao examinar a cultura pastoral em seu livro “Vocação Perigosa – Os tremendo desafios do ministério pastoral”:
Rumo ao desastre
Aqui o autor apresenta perigos vividos por aqueles que exercem a vocação pastoral e que tem afetado o ministério e vida pessoal de muitos pastores pelo mundo.
Primeiramente, Paul desenvolve sobre o perigo de o pastor assumir o seu ministério como a sua identidade. Assim, o pastor olha pra si mesmo e diz que é um pastor que está acima das questões que afetam a vida das pessoas comuns, esquecendo-se da necessidade diária da graça salvadora de Deus, que se revela para uma vida pecadora que está em constante processo de santificação. Dessa forma, assume uma postura pecaminosa, como a irritabilidade e ira contra a família em contraste com aquele pastor humilde, manso e paciente que se apresenta nos cultos. Isso porque esqueceu que a sua verdadeira identidade é a de um homem carente da graça diária de Deus, que fora vocacionado para o ministério pastoral.
Em seguida ele desenvolve sobre o mal de deixar que o conhecimento teológico e bíblico que possui se torne o seu conceito de maturidade bíblica. É o risco que o pastor corre, já desde o seminário quando este, buscando o conhecimento e se tornando especialista em Bíblia, confunde conhecimento com sabedoria. Deixa então de perceber, novamente, a consciência de pecado e, portanto, a necessidade da graça, não aceitando qualquer crítica ao seu procedimento.
Por último, o autor aponta o erro de achar que a obra de Deus gira em torno de si mesmo. De achar que Deus precisa dele para o exercício de sua obra.
Esses perigos desenvolvidos pelo autor, são a forma, que repetidas vezes escondem o verdadeiro homem por trás do ministério: um homem em direção ao desastre, irado, pecador e carente de transformação. São perigos dos devemos nos afastar no exercício de nossa liderança e ministério pastoral.
TRIPP, Paul. Vocação perigosa – Os tremendo desafios do ministério pastoral. São Paulo: Cultura Cristã, 2014. P. 13-23