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3 – RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES
Com base no seu conhecimento bíblico e nos documentos de referência no item 1:a) Compare os dois textos e descreva quais foram as mudanças?
1) A primeira mudança ocorreu no título do inciso XVII, que passou a incluir a palavra “e casamento”.
2) A segunda mudança foi a alteração da palavra homem por ser humano.
3) A terceira mudança foi a substituição da frase: Sua base é o casamento monogâmico e duradouro, por toda a vida, só podendo ser desfeito pela morte ou pela infidelidade conjugal por a frase cuja base é o casamento, que é a união entre um homem e uma mulher, sendo sua natureza heterossexual, monogâmica e indissolúvel.
4) A quarta mudança foi a inserção da frase “realização pessoal” no corpo do texto referente ao propósito imediato da família e do casamento.
5) A quinta mudança foi a inserção da frase “especialmente a criança e o idoso”, no tocante ao propósito imediato da família e do casamento.
6) A sexta mudança foi a inserção da frase: “a vida sexual dentro da casamento é uma dádiva de Deus, mas fora do casamento é pecado contra Deus.
7) A sétima mudança foi a inserção da frase: “Os conflitos na família e casamento, alguns de natureza irreconciliável, fogem do plano original de Deus sendo provenientes da dureza do coração humano.”
8) A oitava mudança foi a inserção da frase: “segundo a Bíblia, os filhos, desde o momento da concepção, são bênçãos e herança do Senhor.”
9) A nona mudança foi a inserção da frase: “O lar cristão deverá ser ambiente fértil para a formação integral da pessoa à luz dos valores cristãos, tendo os pais como modelos de vida, integridade e serviço a Deus e à igreja. Cabe a esta dar suporte aos pais na formação educacional e espiritual de seus filhos”.
10) A décima mudança foi a exclusão da frase: “caída em virtude do pecado, Deus provê para ela, mediante a fé em Cristo, a bênção da salvação temporal e eterna, e quando salva poderá cumprir seus fins temporais e promover a glória de Deus.”
b) Você acha que realmente foi necessária essa mudança? Por que?
A primeira alteração do texto, ocorrida no título do inciso XVII, que passou a incluir a palavra “e casamento”, teve como escopo reforçar a importância do casamento para a família, especialmente em tempos pós-modernos, em que o casamento vem perdendo espaço para uniões estáveis e outras formas de uniões entre as pessoas, dissociando a família do casamento, em completo desrespeito à vontade de Deus para o ser humano.
A segunda alteração da palavra homem por ser humano, teve como escopo ampliar o alcance da norma para não deixar dúvidas de que a família foi criada por Deus para o bem não só do homem (pessoa do sexo masculino), mas do ser humano como um todo, englobando também as mulheres. Com isso, busca-se evitar interpretações dúbias, discriminatórias ou tendenciosas de que não se aplica às mulheres ou ser uma espécie de norma misógina.
A terceira alteração, também necessária diante do pós-modernismo e relativismo que vem atingindo, inclusive à Igreja, teve por escopo esclarecer de forma detalhada e indubitável de que o casamento deve ser monogâmico, indissolúvel (excluindo, inclusive em situações de desfazimento por infidelidade conjugal), sendo a união entre um homem e uma mulher, sendo sua natureza heterossexual. Com isso, evita-se que se permita a realização de casamentos homossexuais pela igreja, em total violação à Palavra de Deus constante das Escrituras Sagradas e aos dogmas cristãos.
A quarta mudança, também necessária, a inserção da frase “realização pessoal” no corpo do texto referente ao propósito do casamento, tem o escopo de reafirmar que o casamento tem o propósito de alcançar a realização pessoal dos cônjuges, vez que foi uma instituição criada por Deus para completar o ser humano e toda a sua dimensão.
A quinta mudança, a inserção da frase “especialmente a criança e o idoso”, no tocante ao propósito imediato da família e do casamento, teve por objetivo esclarecer que a família e o casamento tem por função buscar o perfeito ajustamento da pessoa humana em todas as suas dimensões, especialmente o aperfeiçoamento da criança e do idoso. Isso mostrou a preocupação do legislador em propagar a papel da família e do casamento no aperfeiçoamento da criança e do idoso, que são aqueles que mais são atingidos por a dissolução do casamento e da família ou a sua não constituição, considerando suas situações de pessoas vulneráveis. Dessa forma, a família e o casamento têm uma função primordial na proteção e desenvolvimento dessas pessoas, evitando-se que fiquem abandonados em orfanatos ou asilos.
A sexta mudança, a inserção da frase: “a vida sexual dentro da casamento é uma dádiva de Deus, mas fora do casamento é pecado contra Deus, teve por escopo ressaltar o caráter santo e puro da vida sexual dentro da casamento, retratada como dádiva de Deus, ou seja, presente de Deus para o casal. Não obstante, adverte a natureza pecaminosa contra Deus da vida sexual fora do casamento, que, consequentemente, traz diversas consequências danosas tanto no campo material como no espiritual do crente, afastando-o da presença de Deus.
A sétima mudança, a inserção da frase: “Os conflitos na família e casamento, alguns de natureza irreconciliável, fogem do plano original de Deus sendo provenientes da dureza do coração humano”, tem como objetivo de advertir o crente que a família e o casamento devem ser vividos em paz, respeito, amor, segundo o padrão bíblico e o plano original de Deus, evitando-se conflitos, especialmente os de natureza irreconciliável, provenientes da dureza do coração humano. Dessa forma, o crente deve ter uma vida conforme o padrão bíblico para que a família e o casamento possam ser blindados do pecado e permaneçam incorruptíveis, duradouros e indissolúveis.
A oitava mudança, a inserção da frase: “segundo a Bíblia, os filhos, desde o momento da concepção, são bênçãos e herança do Senhor.”, reforça a preocupação do legislador e da igreja de proteger os filhos contra os abusos e omissões de seus pais, que devem encará-los como bênçãos e herança do Senhor, e não como peso ou maldição.
A nona mudança, a inserção da frase: “O lar cristão deverá ser ambiente fértil para a formação integral da pessoa à luz dos valores cristãos, tendo os pais como modelos de vida, integridade e serviço a Deus e à igreja. Cabe a esta dar suporte aos pais na formação educacional e espiritual de seus filhos”, teve como escopo advertir ao crente que o lar cristão deve seguir os padrões bíblicos. Que os pais são os responsáveis por manter esses valores bíblicos na família e no casamento, sendo modelos de vida cristã para os filhos, para a sociedade, para a igreja e, principalmente, para Deus. Ademais, ressalta que a responsabilidade é da família, na pessoa dos pais, dar suporte na formação educacional e espiritual de seus filhos, ou seja, não podem ser negligentes nem omissos, delegando essa função para a escola, igreja ou qualquer outra pessoa e instituição, como infelizmente vem ocorrendo na sociedade atual.
A décima mudança, a exclusão da frase: “caída (a família) em virtude do pecado, Deus provê para ela, mediante a fé em Cristo, a bênção da salvação temporal e eterna, e quando salva poderá cumprir seus fins temporais e promover a glória de Deus”, teve por escopo de ocultar a natureza caída do família em virtude do pecado, mas reconciliada com Deus mediante a fé em Cristo para poder cumprir seus fins e promover a glória de Deus.
Considero que, diante do mundo pós-moderno – em que tudo está sendo relativizado, e as práticas mundanas e pecaminosas tem se infiltrado no seio da igreja, corrompido e influenciado multidões de crentes e líderes sem conhecimento profundo da Palavra de Deus e dos seus propósitos – , tornou-se imperioso que a igreja se posicionasse de forma convicta e dura, no sentido de não deixar dúvidas aos crentes de que o modelo de família e casamento idealizado por Deus continua atual e em plena vigência. Dessa forma, essas mudanças foram necessárias para evitar-se interpretações das Escrituras de forma dúbia ou equivocadas, muitas vezes de forma proposital, para que a igreja se amolde aos padrões do mundo e não o contrário.
Por fim, com relação à última mudança, entendo que não deveria ter sido excluída da Declaração Doutrinária da CBB, uma vez que reforçava a necessidade da reconciliação da família caída pelo pecado com Deus, por meio de Cristo Jesus, para o cumprimento de seu propósito idealizado originalmente por Deus.